Falta de interação social e do contato com familiares e amigos podem deixar as pessoas idosas mais tristes e ansiosas
Uma das principais medidas para conter a disseminação do novo coronavírus é o isolamento social, como orientam as autoridades de saúde em todo o mundo. No entanto, estar isolado não é uma medida fácil de se cumprir e, a curto e médio prazo, pode causar algumas consequências negativas para a saúde mental das pessoas, que podem se sentir sozinhas ou mais ansiosas do que o normal.
Para aquelas que integram o grupo de risco da Covid-19, como é o caso dos idosos, a situação vivida é ainda mais difícil. Além da indicação para que os mesmos fiquem em casa, ainda há também a indicação para que os familiares não os visitem e evitem o contato próximo, como beijos e abraços. Esse distanciamento cruel, imposto por uma doença que atinge especialmente de forma mais grave as pessoas com mais idade, precisa receber uma atenção especial de toda a família.
A falta de interação social e do contato com familiares e amigos podem deixar as pessoas idosas mais tristes e ansiosas. Por isso, profissionais que atuam na área da saúde mental em Rondonópolis fazem uma série de recomendações. “Uma das boas estratégias para lidar com esse momento é usar a tecnologia como aliada. É importante que a família e os amigos mantenham contato com idosos, seja por ligação ou chamada de vídeo, o que pode ajudar a diminuir a tristeza e a ansiedade. É importante também não esquecer que alguns idosos não estão familiarizados com a tecnologia. Por isso, para as pessoas que vivem na mesma residência, é indicado utilizar jogos, como os de tabuleiros, assistir a filmes juntos, por exemplo, enfim… Criar atividades que possam preencher o tempo”, destaca a psicóloga Karine Berndt.
Segundo a profissional, conversar e encontrar formas de distração e que ajudam os idosos a “matar o tempo” também são uma boa pedida. Lembrar de momentos importantes e de boas recordações, reforçando a importância dessas pessoas em nossas vidas, também são ações que podem melhorar o dia de quem está se sentindo sozinho.
Neste momento de confinamento e de mudança tão grande, é normal só sentimento de tristeza, não apenas aos idosos, mas todos nós. Por isso, é importante buscar medidas para tentar aliviar a angústia e a ansiedade causadas pelo confinamento, tornando este momento o período menos sofrido possível, diminuindo assim as chances da saúde mental se tornar mais uma questão grande a se preocupar em plena pandemia.
Para a psicóloga, também é extremamente importante que a família esteja sempre reforçando que esse isolamento social é necessário, mas que se trata de uma situação passageira.
ATIVIDADE FÍSICA
Muitas pessoas, apesar da idade mais avançada, mantêm uma vida ativa e são adeptas da atividade física. Em Rondonópolis, são vários os exemplos de pessoas que são consideradas idosas, mas que fazem inveja para muitos jovens devido à disposição. Na cidade, um decreto municipal proíbe que pessoas com idade acima dos 60 frequentem clubes, por exemplo, e que também pratiquem atividades ao ar livre, para que os idosos não fiquem expostos ao risco de contaminação pela Covid-19.
A fisioterapeuta Katharina Vieira lembra que as atividades físicas ajudam a fortalecer o sistema imunológico, ajudam a combater doenças como hipertensão, melhoram o condicionamento cardiorrespiratório, fortalecem os músculos, entre outros, além de ser também uma importante aliada no tratamento da depressão e ansiedade.
“Em outro momento estaríamos incentivando os idosos a saírem de casa para se movimentarem em atividades físicas individualizadas ou em grupos, dependendo da necessidade de cada um. No entanto, devido ao isolamento social, é preciso ficar em casa, mas as necessidades não mudaram, sendo preciso manter o corpo ativo. É importante que os idosos mantenham a independência nas tarefas do cotidiano. A prática de exercícios, aliada a uma boa alimentação, ingestão de água e um pouco de sol são indispensáveis para assegurar a manutenção da força muscular e maior disposição no dia a dia”, explica.
Praticar exercícios em casa sem o risco de lesões não é tarefa fácil. A fisioterapeuta lembra que, primeiro, se você tem dores ou restrições não deve praticar nenhuma atividade sem orientação de um Fisioterapeuta ou Educador Físico, já que os profissionais são capacitados para prestar atendimento individualizado, e online se necessário.
Segundo Katharina, é importante aproveitar esse tempo em casa para adquirir novos hábitos posturais. “Não fique muito tempo na mesma posição vendo TV. Ao deitar na cama, procure uma boa posição, de preferência de lado e com travesseiro entre as pernas. Evite ficar períodos prolongados com a cabeça abaixada olhando para o celular, isso pode causar dores na coluna, ombros e mãos. E, apesar das restrições, evite o sedentarismo, movimento é saúde!”, reforça.
As atividades citadas a seguir não são indicadas para quem está com problemas nas articulações e/ou de mobilidade e equilíbrio.
Exercício para melhorar a oxigenação:
Sente-se em uma posição confortável, mantendo uma boa postura: Puxe o ar pelo nariz contando até 3 e solte o ar pela boca contando até 6. Quando você estiver soltando o ar tente abaixar suas costelas favorecendo a saída do ar e tente contrair o abdômen (murchar a barriga); faça 10 vezes ou sempre que se sentir ansioso.
Deitado: abrace as duas pernas segurando atrás da coxa fique nessa posição por 1 minuto; agora abra os braços e gire as pernas para um lado da cama, conte 30 segundos e depois gire para o outro lado. Coloque as penas em cima de dois travesseiros e mova os pés para baixo e para cima (30 vezes);
Sentado na cama com joelhos esticados tente alcançar, com as mãos, a ponta dos pés (conte 1 minuto); Ainda sentado, agora com os pés apoiados no chão vire a cabeça para um lado e para outro, para cima e para baixo 10 vezes cada. Cruze os dedos das mãos e levante o mais alto que conseguir (se espreguiçando) conte 30 segundos e depois faça o mesmo pra frente na altura dos ombros. Cruze uma perna sobre a outra encostando um pé no joelho e incline o tronco para frente (você vai sentir que estica bem atrás);
Em pé: fique na ponta dos pés (pode ser necessário o apoio de uma mesa ou janela), levante e abaixe o calcanhar por 3 vezes de 15 repetições; Depois tente se equilibrar em um pé só e fique parado (fique de 10 a 30 segundos) e troque de perna.
Para trabalhar os membros inferiores sente e levante de uma cadeira por 2 vezes de 15 repetições;
Se for possível, caminhe envolta de sua casa ou ande no quintal, você pode também subir e descer degraus. Durante a caminhada você pode usar a respiração citada acima.
Fonte: https://www.atribunamt.com.br/
Foto: Freepik