Casos cresceram 30% durante o período de isolamento social, sendo a grande maioria por queda, o que pode afetar a mobilidade dessas pessoas da terceira idade
Os acidentes domésticos envolvendo idosos tiveram um aumento de 30% durante o período de isolamento social, sendo a grande maioria por queda, o que pode comprometer a mobilidade e colocar em risco a vida dessas pessoas. Punhos, quadril e ombro, seguidos de coluna vertebral, são os membros e articulações mais afetados nas quedas. Em seguida, vem a coluna vertebral.
Os dados foram divulgados pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, que alerta para a necessidade de reforçar as medidas a fim de garantir um ambiente seguro aos idosos. Estudos revelam que um terço da população acima dos 65 anos se envolve nesse tipo de situação por ano, proporção que cresce com o envelhecimento e, principalmente, com a chegada do inverno.
Todos os anos as entidades que realizam trabalho voltado para esse público alertam para os perigos. Mogi das Cruzes tem uma lei que determina a realização de campanhas de conscientização para evitar o problema.
“Neste período do ano, os riscos de queda de pessoas na terceira idade aumentam devido às noites serem mais longas e ao uso de agasalhos, o que faz com que os idosos urinem mais, ou seja, aumenta a possibilidade de acordarem sozinhos e irem ao banheiro, local de maior ocorrência de acidentes graves, por conta da umidade que torna o ambiente escorregadio. Diminuição da visão, da audição, do reflexo do corpo, da flexibilidade e da firmeza também são fatores que podem agravar os acidentes”, explica o coordenador de ortopedia do Vera Cruz Hospital, José Luis Amim Zabeu.
O ortopedista observa que “é preciso sempre estar atento se a queda está relacionada a alguma patologia, como labirintite, osteoporose, artrose, doenças cardíacas, pulmonares e neurológicas, entre outros. Por isso, ressalto a importância dos cuidados médicos mesmo na pandemia, principalmente para doenças crônicas”, afirma
De acordo com o especialista, “nas fraturas do punho, quadril e ombro, frequentemente é necessária a cirurgia”, explica Zabeu, que alerta ainda para os índices mortalidade após acidentes. “Ocorre que, estatisticamente, 25% dos idosos que sofrem uma fratura no quadril falecem em até um ano, por vários motivos: complicações da cirurgia, novas quedas ou piora de outras doenças preexistentes”, destaca o médico do Vera Cruz Hospital.
Ambiente seguro
Por isso, segundo o ortopedista, é fundamental, principalmente neste momento de isolamento social, que o ambiente doméstico seja totalmente seguro, livre de riscos que podem estar escondidos em pequenos detalhes, como um tapete solto, por exemplo. “Adaptar a casa para essas limitações ou mesmo evitar o uso de objetos que possam representar riscos ajuda a reduzir as chances de acidentes domésticos envolvendo idosos. Podemos citar exemplos importantes, como não deixar móveis fora do lugar habitual, além de garantir a área de passagem livre de obstáculos”, afirma.
Já no ambiente mais preocupante, o banheiro, as dicas segundo Zabeu, são: utilizar tapete antiderrapante na área de banho, instalar barras de apoio nas paredes próximas ao sanitário e ao chuveiro e até o uso de cadeira de banho para ajudar quem tem equilíbrio mais comprometido. “Luzes acesas são essenciais. Mas, se nada disso funcionar, após um bom diálogo, sugerimos inserir o uso de penicos e até fradas, dependendo da situação de saúde do idoso. Reforçamos que todos os acidentes são evitáveis, desde que o ambiente seja seguro. Por isso, mesmo que o idoso resista, o ideal é usar métodos de apoio, como andadores, além de calçados seguros”, explicou.
O especialista afirma também a importância do movimento para esses idosos, mesmo durante o isolamento social. “Programe um horário para fazer caminhadas leves. Faça tudo com segurança, uso de máscara, mas mexa-se. O corpo não foi feito para ficar parado. Um idoso pode perder até 3% de força e massa muscular a cada semana”, afirma.
Fonte: https://odiariodemogi.net.br/
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