Manutenção do vínculo com o lar e família pode ajudar na saúde física e mental do idoso
Nessa fase da vida, o suporte, atenção e carinho da família são necessários para que ele não se sinta abandonado. Essa parcela da população fica mais vulnerável à depressão, que pode ser causada pelo distanciamento da família e de relacionamentos harmônicos
Por isso, estar dentro de casa, mesmo na velhice, é uma forma de o idoso não ter que lidar com novas perdas. Letícia Baccin, especialista em psicogenealogia, acredita que o vínculo afetivo com o lar e a família traz benefícios físicos e mentais para os idosos.
— Manter aquele ambiente emocional da casa, do lar, ter a referência das coisas nos seus devidos lugares, da rotina, tudo isso é muito importante para que ele possa equilibrar suas emoções. A solidão e deslocamento para um ambiente que não reconhece pode acabar promovendo sintomas de doença, de ansiedade e depressão. A solidão acaba aumentando a probabilidade de adoecer, comprometendo a saúde física e mental — destaca.
Segundo Baccin, além de estar em casa, o ideal é que eles não estejam sozinhos o dia todo. Para a especialista, é preciso suprir a sensação de isolamento e falta de cuidados.
— Não somos seres para viver em isolamento, precisamos viver em conjunto. Estar juntos, virtualmente ou presencialmente. Sabemos que a solidão pode causar depressão e aumentar a probabilidade de adoecer. O idoso precisa entender que a família não o abandonou. Quando ele se sente amado, cuidado, considerado no seio familiar, libera os hormônios da felicidade e que promovem um melhor estado de saúde. Vejo que tem muitos idosos que estão em grupo familiar, mas se sentem solitários. O fato de ele estar dentro de uma família, mas ela não dedicar atenção, ela se sente um estorvo. Ele precisa estar integrado – reforça a especialista.
Companhia constante
Mesmo que a família não possa estar presente durante o período todo, a recomendação é que os idosos não fiquem sozinhos, portanto, que seja contratado um serviço de acompanhante.
Além da solidão, sozinhos eles podem enfrentar outros problemas, como dificuldades de locomoção ou até quedas. Uma queda em pessoa com idade mais avançada pode gerar consequências como a redução das atividades de vida diária e aumento do medo de andar e de sofrer outra queda, o que pode levar à hospitalização.
Em Florianópolis, um estudo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mostrou uma prevalência de quedas de 18,2% em idosos.De acordo com essa publicação, houve um aumento expressivo dos gastos com internações por quedas para os serviços de saúde. No ano de 2006, o gasto total foi de mais de R$ 66 milhões, enquanto, em 2014, mais que duplicou, superando R$ 142 milhões. Em Santa Catarina, a taxa de internação por quedas em idosos cresceu 1,5% ao ano no período de 2006 a 2014.
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Fonte: NSC TOTAL
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