Todo mundo sabe que estar ao lado dos amigos e da família durante a terceira idade pode promover inúmeros benefícios à saúde, como evitar a depressão, os problemas do coração e muito mais.
Mais do que triste, a solidão é perigosa para a saúde dos idosos, é tão prejudicial ao corpo quanto a obesidade e aumenta em 14% o risco de morte prematura de quem chegou à terceira idade.
Os sintomas mais comuns do isolamento são insônia, depressão, aumento da pressão arterial e dos níveis de cortisol — o hormônio do estresse, responsável por cumprir papel essencial nas respostas de situações de perigo.
As emoções como medo ou ansiedade, dois sentimentos comuns na solidão, perturbam o sistema nervoso autônomo, região que controla a respiração, a circulação do sangue e o controle de temperatura, por exemplo.
Essas respostas orgânicas aos estados emocionais são chamadas de doenças psicossomáticas. Pode existir uma maior sensibilidade à dor, predisposição à infecção e maior descontentamento porque a solidão é um exacerbador dessas condições, tornando-as mais evidentes.
Aspectos ambientais também agravam os prejuízos da solidão. Viver só e ser o único responsável por tudo, é um dos aspectos psicológicos que trazem muitos prejuízos emocionais.
Mesmo com a independência físico, financeira e psicológica, idosos que vivem dessa forma podem sentir mais dificuldades ao enfrentar situações inesperadas.
Entretanto, segundo pesquisa realizada no Dalla Lana School of Public Health, da Universidade de Toronto, no Canadá, apenas a família pode ajudar a reduzir o risco de mortalidade. Os idosos que apresentam o maior número de membros na família e são próximos apresentam menos risco de morte.
Os estudiosos notaram que os participantes que reportaram muita proximidade com os familiares foram aqueles que apresentaram uma saúde mais beneficiada para ter uma longevidade maior do que as pessoas com menos familiares próximos.
A lógica de que o psíquico influencia o corpo tem muitos reflexos. Ao se isolar, a pessoa deixa de fazer atividades físicas e tomar sol. Isso leva a mudanças no corpo, como o ganho de peso, reduz o metabolismo e altera hormônios, principalmente o cortisol. O ciclo vicioso pode elevar as chances de diabetes.
Na verdade, algumas pessoas são solitárias por natureza. Elas cresceram em fazendas, por exemplo, e são mais reclusas. Mas não devem se isolar do mundo. Nem mesmo aqueles muito doentes, com problemas de saúde sérios, devem abrir mão da socialização.
Há profissionais especializados, como cuidadores e fisioterapeutas, que desenvolvem trabalhos que diminuem os impactos da solidão.
Ter relacionamentos de qualidade é uma das chaves para a felicidade e a longevidade. As tensões e os desafios da vida são suportados mais facilmente se podemos compartilhá-los com alguém em quem podemos confiar.
Fonte: cuidarsaude.com
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