O cuidador de idosos também precisa ter vida própria, descanso e lazer
Como sempre a coluna vem frisando, há um aumento no número de idosos em todas as sociedades do mundo , portanto, temos que lidar com a realidade de que somos uma sociedade em processo de envelhecimento. A prática tem mostrado que os que mais ganharam tempo de vida foram os octogenários e os nonagenários, caracterizados na prática médica como grandes longevos.
Assim, temos que lidar com a realidade que envelhecemos e que com o envelhecimento aumenta a prevalência de doenças crônicas degenerativas, tais como as cardiopatias, pneumopatias, demências, dentre outras. No Brasil, tais doenças convivem com outras doenças transmissíveis, como dengue, malária, Chagas, hanseníase e, atualmente, ainda há a COVID-19 . Essas doenças, somadas à perda de força muscular, fazem com que a capacidade de se deslocar, a autonomia para execução de tarefas e a independência para tomada de decisões fiquem muito comprometidas, o que acaba exigindo que sejamos cuidados por outros seres humanos, surgindo, deste modo, a figura do cuidador.
Cuidar é se colocar a serviço de alguém e, se possível, sem pedir nada em troca. É em razão do cuidado que nos é possível deixar a fase infantil e nos tornar adultos, pois um bebê, sem os cuidados familiares, certamente pereceria em poucas horas. A primeira fase de construção da subjetividade só nos é possível graças ao amor e aos cuidados que nossas famílias nos dispensaram na primeira infância. Apesar da grande beleza, abnegação e entrega existentes no ato de cuidar, nem sempre o caminho é apenas de flores.
Todos os seres humanos precisam de cuidados. Seres humanos fragilizados exigem ainda mais cuidados e essa tarefa realmente pode ser difícil. Não é incomum que o esgotamento gere um paradoxo de sentimentos no cuidador: o cuidar por amor e agradecimento somado com o ato de cuidar quando se está cansado, ansioso e no limite. É muito importante que estes sentimentos estejam claros na mente do cuidador para que ele busque amenizar suas reações, compreender-se melhor, sentir-se menos culpado e permitir-se um descanso.
É importante que o cuidador tenha sua própria vida e realize de modo adequado seu próprio cuidado, seja ele físico ou mental. Uma saída com os amigos ou uma noite de bom sono sempre podem ajudar! Todos precisamos entender que o cuidador também precisa de descanso, lazer e vida social. O cuidador deve ter férias! A família, entendendo esta questão, deve revezar-se no compromisso do cuidado, permitindo que o cuidador principal tenha momentos exclusivamente seus.
O cuidador precisa manter em dia seus cuidados médicos e atividades físicas. Deve buscar participar de reuniões familiares ou com amigos, e nestes momentos permitir-se ser cuidado, abrindo mão completamente da função de cuidador. Ao se cuidar o cuidador também cuida da pessoa a ser cuidada, pois a integridade dela depende também da saúde do cuidador. Cuidador, se cuide! Famílias, auxiliem seus cuidadores!
Fonte: https://www.em.com.br/
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