Cuidar de um idoso é olhar por aquele que, um dia, já fez isso por nós
Fazer o bem é ir ao encontro das necessidades de alguém. Isso exige de nós disposição para deixarmos o conforto para fazer uma boa ação em favor de outrem. Cuidar do idoso é olhar por aquele que, um dia, já fez isso por nós.
Se, ao prestarmos ajuda a uma pessoa estranha, já nos traz a sensação de satisfação, maior deveria ser nossa alegria quando nos dispuséssemos a amparar nossos idosos, aqueles que fizeram parte da nossa história, sejam esses pais ou avós.
A intolerância
Para alguns idosos, envelhecer é viver a humilhação, pois a sensação para eles é de que, no mundo, já não têm mais o seu lugar. Para outros, a velhice pode significar, muitas vezes, suplicar para que sejam notados na convivência com seus parentes. Em muitos casos, essas pessoas (idosos) são tratadas como estorvos, pois quase sempre com idade avançada, progridem também as facilidades às doenças, necessitando de mais cuidados.
Não é raro encontrarmos, nos noticiários, manchetes sobre abuso, falta de paciência e, quase sempre, violência contra aqueles que, em razão da sua debilidade física, não têm energias para se defender. Há quem consiga até mesmo usurpar-lhes a credibilidade, quando eles conseguem denunciar os ataques sofridos por aqueles que, um dia, quando bebês, foram também merecedores da atenção de quem hoje merece todo o cuidado.
Em alguns casos, a importância do velho na família se resume apenas ao valor de uma aposentadoria. Há situações que tal numerário lhes são confiscados pelos filhos ou parentes, quando deveria garantir uma melhor condição de vida.
Tempo de cuidado
Conviver com alguém que percebemos dissipar suas forças a cada dia, vai exigir uma dedicação muito maior se comparado aos cuidados que teríamos com uma criança, pois esta, com seu próprio desenvolvimento, tende a nos liberar daqueles trabalhos que envolvem os cuidados com a higiene, saúde e até mesmo a atenção, para não se machucarem, enquanto que o zelo para com os idosos vai nos imputar, a cada dia, maior dedicação.
Valorizar o idoso
Da mesma maneira como lentamente fomos introduzindo nossos filhos dentro da dinâmica do nosso lar, tornando-os participativos, precisamos também envolver nossos anciãos naquilo que acontece na família, fazendo-os participativos nas conversas, nas reuniões familiares e, de maneira especial, quando tivermos que tomar decisões que poderiam propiciar melhores condições de vida a eles. Conceder-lhes o direito de opinar, acerca dos novos planos que estamos tomando, os farão sentir-se mais seguros e importantes dentro da família.
Investir tempo
“Meu filho, ajuda a velhice de teu pai, não o desgostes durante a sua vida. Se seu espírito desfalecer, sê indulgente, não o desprezes, porque te sentes forte, pois tua caridade para com teu pai não será esquecida” (Eclo 3,14-15).
Aquele que se dispõe a fazer o bem ao seu idoso, não deve se sentir como se estivesse perdendo o seu tempo, pois é esse carinho dedicado que será para o idoso seu apoio.
Um abraço de quem também está envelhecendo.