No dia 27 de setembro será celebrado o Dia Nacional do Idoso. A data foi estabelecida em 1999 pela Comissão de Educação do Senado Federal e serve para refletir a respeito da situação do idoso no País, seus direitos e dificuldades.
A psicóloga geriatra e neuropsicóloga, Lisandra Garcia, comenta que eles desempenham um papel fundamental na história, principalmente ao passar os valores aprendidos ao longo da própria trajetória. “O vínculo com a história, cultura, vivências, faz com que o idoso crie oportunidades para que ele compartilhe com outras pessoas suas memórias, resgatando as boas lembranças da sua vida”, destaca.
Assim, nada mais justo uma data específica para aqueles que fazem com que não esqueçamos nossa essência e nos permite a oportunidade de aprender com os que já passaram por tantos anos de vida.
Na opinião da psicóloga, há projetos e ações para que os serviços qualificados sejam alcançados por toda a população idosa. No entanto, muito tem se discutido acerca do assunto. “A terceira idade precisa de um olhar clínico mais detalhado e inovador”, enfatiza, citando, ainda, que o número de idosos aumenta gradativamente e, com isso, precisa haver mais recursos. “Penso que um enfoque que ganha espaço é sobre o que é envelhecer com qualidade de vida, respeito e admiração. Contudo, ainda é necessário muita reflexão, estudo e empatia para compreender a Geriatria”, ressalta.
Desafios
Lisandra pontua que os idosos enfrentam alguns desafios no cotidiano, entre os quais está a falta de interação com outras pessoas. Uma das alternativas para auxiliar na superação é a ajuda dos familiares. “Com esse apoio, eles se sentirão mais amados e dispostos para encarar os problemas do seu dia a dia. Costumo dizer que a família é nossa base”, reitera, acrescentando: “Atuo como psicóloga geriatra há cerca de dez anos e é encantador saber que, ser idoso não significa estar sozinho, mesmo porque há uma diferença entre isolamento e solidão. No entanto, não podemos classificar essa população em uma única maneira, pois há uma multiplicidade de condições que diversos idosos podem e devem vivenciar, definindo suas características”, alerta.
Segundo a psicóloga, muitas coisas estruturam a individualidade de cada um de nós, tais como a história de vida e as necessidades de suporte. “Nossos queridos precisam de novos laços sociais para obter um envelhecimento saudável e um autoconhecimento elevado, por meio de atividades que atendam seus repertórios de interesses e gostos, tais como arte, política, história ou dança. Devemos nos importar mais com suas histórias, para que eles possam lidar com seus ganhos, perdas e limitações de maneira natural e saudável”, declara.
Envelhecer bem depende de um equilíbrio favorável entre as perdas e os ganhos trazidos por esse processo. “É preciso compreender que, cada um de nós, em diferentes fases da vida, temos desafios e objetivos a serem cumpridos e isso não é diferente na velhice. A terceira idade precisa ser vivida”, reforça.
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