O autismo na terceira idade é uma realidade complicada, principalmente quando o diagnóstico é tardio.
Afinal, a condição ainda possui uma série de crenças e preconceitos, que fazem com que o indivíduo tenha que lidar também com a sociedade.
Pensando nisso, separamos aqui algumas das melhores dicas de como cuidar de autistas na fase adulta.
Assim, é possível manter a qualidade de vida e aumentar a autoestima, evitando diversos problemas.
Então, vamos começar?
Autismo na terceira idade – O que é e quais os sintomas
Popularmente chamado apenas de autismo, a condição é definida como um transtorno do desenvolvimento grave.
O transtorno prejudica a capacidade do indivíduo em se comunicar e interagir, o que pode reduzir a qualidade de vida.
Assim, a condição afeta o sistema nervoso e se trata de algo crônico, durante a vida inteira.
Até os dias de hoje, não é possível definir as causas desse transtorno.
Entretanto, existem alguns estudos e evidências que mostram a predisposição genética.
Ao mesmo tempo, existem alguns casos que podem ser explicados devido a infecções durante a gravidez ou problemas ambientais, como poluição em excesso.
Seja como for, não existem exatamente provas que possam garantir que esta seja a causa.
É importante destacar que o autismo não é algo com bordas, já que existem diferentes tipos.
Daí o diagnóstico precoce de alguns e tardio de outros.
Nos casos mais leves, é possível que você passe parte da sua vida sem saber exatamente o que tem.
Tipos de autismo
No geral, o autismo se divide em quatro grandes grupos, cada qual com seu nome mas todos dentro do espectro:
Síndrome de Asperger:
Conhecido como autismo de alto funcionamento, a principal característica é a inteligência acima da média.
Ao mesmo tempo, é comum que esses pacientes se tornem obsessivos por algum assunto e/ou objeto.
O que o leva a horas de discussão e fala.
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento:
Considerada como fase do meio, esse tipo de transtorno é um pouco mais grave e pode apresentar sintomas diferentes, como:
- Uma competência linguística inferior;
- Menos comportamentos que se repetem;
- Maior dificuldade para interagir socialmente, etc.
Transtorno Autista:
Aqui é onde se encaixam os pacientes mais graves que os anteriores, afetando o indivíduo de forma mais intensa.
Como resultado, existem sintomas característicos:
- Dificuldade de contato visual;
- Comportamentos repetitivos com as mãos;
- A linguagem é desenvolvida de forma tardia;
- Dificuldade nos relacionamentos;
- Dificuldade em fazer algum pedido através da fala, etc.
Transtorno Desintegrativo:
Comum em crianças a partir dos dois anos, a característica principal é a perda das habilidades.
Por acontecer no período de desenvolvimento, essas habilidades perdidas não podem ser recuperadas.
Seja qual for o tipo, o indivíduo pode ter m nível leve, médio ou grave do transtorno.
Como cuidar do autismo na terceira idade
Nos idosos, é comum que o principal quadro de autismo seja a Síndrome de Asperger bem como o Transtorno Autista.
A questão é que nos casos mais leves, é comum que o quadro não seja diagnosticado.
Ou seja, o paciente consegue levar uma vida relativamente comum e ninguém a volta percebe qualquer indício de tal condição.
Além disso, existem casos onde o indivíduo é considerado difícil de lidar ou até antissocial.
Porém, não se trata de algo aprendido ou de um traço da personalidade, mas sim de um quadro de autismo.
No caso do autismo na terceira idade, é essencial perceber os sinais e buscar um diagnóstico.
Principalmente se o idoso é considerado sozinho, repetitivo, obsessivo ou difícil de lidar.
Sinais a serem notados:
- Dificuldade em ter amigos ou laços, inclusive com familiares;
- Coordenação motora afetada de alguma maneira;
- Cismar com outras pessoas;
- Quando gosta de alguém, dá toda a atenção apenas para aquele indivíduo;
- Dificuldade para verbalizar pedidos;
- Ficar guardando objetos durante muito tempo sem nenhum motivo;
- Ao se cansar, pode jogar fora tudo o que guardou por anos;
- Repetição de assuntos;
- Hábito de se vestir do mesmo jeito e sempre comer as mesmas coisas;
- Metódico, etc.
Tratamento
O tratamento começa a partir do diagnóstico e identificação do nível do paciente.
Geralmente, é realizado uma série de mudanças na rotina e no formato do cuidado.
Mais importante que isso, é conversar com a família, para que todos que cuidam ou lidam com aquele idoso saibam exatamente o que é aquela situação.
Inclusive, é importante entender o quadro, já que muitos indivíduos que possuem autismo acabam enfrenando quadros de depressão.
Portanto, podemos definir três grandes grupos de cuidados:
Adaptação da rotina:
A adaptação da rotina é essencial para que esses pacientes consigam ter uma rotina o mais comum possível.
Dessa maneira, é preciso garantir que o ambiente esteja preparado de acordo com as dificuldades de cada cenário.
Por exemplo, se o idoso tem dificuldade para se mover, é essencial evitar tapetes e pisos que escorregam.
A rotina também deve ser clara, com horários específicos, alimentação de qualidade e tarefas.
Também é importante fazer com que o idoso seja o mais ativo possível, de acordo com as limitações.
Inserção social de pacientes com autismo na terceira idade:
Para melhorar a qualidade de vida dos idosos, é essencial que eles interajam socialmente.
Dessa forma, a dica é sempre ter momentos de conversa e inserir o idoso em algum grupo.
Entretanto, vá aos poucos e veja como o idoso se sente, o que ele realmente gosta, sem pressionar demais.
Questões familiares:
Por fim, o autismo na terceira idade depende do âmbito familiar, para garantir autoestima, bons resultados e equilíbrio.
Portanto, o idoso precisa ter um grupo de apoio, principalmente para identificar sinais de outras condições.
Como a pesquisas com esse público ainda são menores, os familiares são a linha de frente para prever o que pode acontecer ou sinais, como tristeza, dores, etc.
Ainda que não seja fácil lidar com pacientes idosos e autistas, a família é essencial neste processo.
Fonte: https://longevidaderesidencial.com.br/
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