Não há dúvida que o coronavírus (covid19) tem causado preocupação global. Mas, de acordo com o Ministério da Saúde, até agora é a pneumonia uma das doenças que mais matam no Brasil, registrando sete óbitos por hora (mais de 66 mil/ano). Cerca de 80% das pessoas que contraem a doença são idosos – grupo em que o sistema imunológico não responde tão bem quanto nos jovens. Sendo assim, é preciso estar bastante atento à doença.
Pneumonia é uma infeção que atinge os pulmões, podendo ser causada por fungos, vírus ou bactérias. De acordo com a médica de família Graziela Moreto, diretora da Sobramfa Educação Médica e Humanismo, pessoas com mais de 70 anos geralmente têm outras doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, doenças no coração ou nos rins. Isso tudo faz com que esse grupo seja alvo de uma atenção especial por parte de médicos e planos de saúde.
“Entre os idosos, os mais vulneráveis a complicações são asmáticos, fumantes, pacientes HIV positivo, alcoólatras, pessoas que já tiveram infarto do miocárdio ou problemas no baço, além de DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica)”, diz a médica – chamando atenção para os principais sintomas da pneumonia. “Como nem sempre os sintomas são evidentes ou aparecem todos juntos, é importante consultar um médico se o idoso apresentar lábios e unhas azuis – o que indica uma queda de oxigênio no sangue. Principalmente se essa evidência surgir depois de uma gripe ou resfriado. Outros sintomas incluem presença de catarro amarelo-esverdeado, febre, calafrios, tosse persistente, falta de ar, cansaço e dor no peito”.
De acordo com a médica de família, quando a pneumonia é contraída durante uma internação hospitalar, o quadro pode se tornar ainda mais grave. “O paciente internado geralmente está fazendo uso de diversas medicações e está menos propenso a responder bem aos antibióticos. Além disso, o fato de permanecer deitado favorece o acúmulo de muco nos alvéolos pulmonares. O principal sinal de alerta para a equipe de atendimento é que a pneumonia é uma das infecções que mais resultam em sepse – que é quando a infecção atinge outros órgãos importantes, com risco aumentado de óbito. Os sinais de sepse geralmente incluem queda de pressão, alteração dos batimentos cardíacos e confusão mental”.
Entre os principais cuidados para evitar a doença, Graziela ressalta a importância de um estilo de vida saudável – o que inclui vacinação e ótimo padrão de sono, alimentação e higiene. “A vacinação anual contra a gripe oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é fundamental para evitar quadros graves de gripe, mas quem tem condições deve tomar também a Prevenar 13, que é uma proteção extra contra pneumonia e meningite causadas por bactérias. Somado a isso, é importante que o idoso tenha uma boa higiene, estando sempre com os dentes bem escovados e mãos lavadas.
Outro fator importante é a alimentação. Por falta de recursos, de apetite ou ainda porque tem problemas para mastigar bem os alimentos, muitos idosos adoecem porque não se alimentam de forma saudável e variada. Desta forma, é preciso estar atento ao prato – que deve conter fontes de ferro, cálcio, vitaminas e proteínas. Para quem está em dúvida, basta lembrar do prato do brasileiro comum, que contém porções razoáveis de arroz, feijão, verdura, salada e uma fonte de proteína, de preferência frango ou peixe”.
Fonte: Prof. Dra. Graziela Moreto é médica de família e diretora da Sobramfa Educação Médica e Humanismo – www.sobramfa.com.br
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