Em momento de pandemia, é prioridade redobrar os cuidados com a alimentação, sobretudo entre os mais velhos
O avanço da pandemia pelo novo coronavírus é mais um motivo pelo qual o nutricionista do Hospital HapVida, Igor Oliveira, recomenda acrescentar ou potencializar a dieta dos idosos com alimentos ricos em vitaminas C, D, e E, além de minerais capazes de manter a imunidade em dia. Com algumas limitações comuns da idade, eles integram um dos grupos de risco para a contaminação da Covid-19.
Segundo o profissional, a imunidade do idoso tende a ser mais fragilizada se comparada à de um adulto jovem. Por isso, para aqueles sem restrições alimentares, ele sugere como fontes de vitamina C, a acerola, o limão, a laranja, o abacaxi, o maracujá, o morango, o melão, a tangerina, a goiaba, o kiwi e o caju. “Além da vitamina C, essas frutas funcionam como antioxidantes que auxiliam no aumento da imunidade”, afirma o especialista.
A vitamina C também pode ser encontrada, em menor quantidade na couve-flor e no repolho. “Embora os idosos apresentem maior necessidade de vitamina C, em alguns casos, facilmente ela pode ser atingida apenas com a alimentação, sem necessidade de suplementar”, ressalta Igor Oliveira.
Dos alimentos que ajudam a manter a vitamina D equilibrada, o profissional destaca fígado bovino, ovo, peixes como salmão, atum, sardinha e leite fortificado. “Vale lembrar que a pessoa deve ficar exposta aos raios solares para que haja ‘ativação’ desta vitamina no organismo”.
Já o grupo alimentar com abundância em vitamina E, substância considerada essencial na dieta, especialmente dos idosos, é composto por óleos vegetais (milho, canola, azeite), vegetais verde-escuros como espinafre, couve-manteiga, acelga e gérmen de trigo. E ainda no abacate, gema de ovo, derivados lácteos, nozes, castanhas e amendoim.
“Além da vitamina E, os vegetais verdes escuros como brócolis, couve, rúcula e espinafre também são boas fontes de vitamina B9 (ácido fólico), B6, B12 e ainda possuem papel regulatório no metabolismo das células imunes, favorecendo na formação de nossas células de defesa”, explica Igor.
O zinco também é fundamental e está presente no fígado bovino, mariscos, farelo de trigo, leite e derivados, leguminosas assim como feijão, sementes de abóbora, nas castanhas e carnes.
Enfim, a base alimentar para os idosos tem como prioridade vegetais e frutas variadas. Uma vez que eles tendem a comer em menores quantidades, não é difícil encontrar deficiências nutricionais nesse grupo. Portanto, ter um consumo elevado destas opções é essencial para manutenção da saúde intestinal, imunidade principalmente, além de prevenir outras doenças e deficiências nutricionais.
No caso do intestino, devido à idade avançada, o nutricionista alerta para a redução na produção de enzimas digestivas e da motilidade gastrointestinal. Por conta disso, os idosos podem apresentar má digestão e baixa absorção dos nutrientes.
Refeições
Baseado nas recomendações sugeridas, o nutricionista orienta dividir os alimentos no café da manhã, lanches, almoço, jantar e ceia. “Ninguém precisa comer todos os produtos em todas as refeições. Isso nem seria possível, uma vez que as preferências e limitações individuais precisam ser avaliadas e respeitadas”, alerta.
O café da manhã é uma boa alternativa para a inclusão de ovos, frutas e até vegetais. Respeitando as dificuldades alimentares dos idosos, a forma de preparo em vitaminas, bolinhos caseiros, sucos e outras receitas podem melhorar a aceitação e aumentar o consumo de nutrientes.
Para os lanches (manhã e tarde) uma ótima pedida é incluir frutas e associar com opções ricas em fibras, a exemplo do farelo de aveia e linhaça ou castanhas.
Grandes refeições como almoço e jantar devem ter como base os vegetais variados e fonte de proteínas (carne, peixe e frango). “Caso o idoso apresente alguma dificuldade, podemos tentar aumentar a aceitação modificando a forma de apresentação do prato”, sugere.
Na ceia, para quem tem o hábito, o consumo de alternativas com digestão mais demorada, assim como carnes ou grandes quantidades, pode atrapalhar o sono. “Para esse momento, o ideal é consumir chás, sucos, derivados lácteos como iogurte e frutas em geral. Leite morno, canela e chás podem auxiliar no sono e fazer com que o corpo relaxe mais rápido”, acrescenta Igor Oliveira.
Segundo o especialista, com o passar da vida e com o envelhecimento, o ser humano perde cada vez mais certas funções corporais. No caso dos idosos, eles tendem a sentir menos o sabor dos alimentos e reduzem a produção de saliva, a qual ajuda na mastigação, deglutição e digestão dos alimentos.
Além disso, a possível perda de alguns dentes nessa fase pode prejudicar a mastigação. Por isto, a importância de ficar sempre atento à escolha, bem como a forma de preparo dos alimentos que serão ofertados aos idosos.
DIETA LONGEVA
Castanhas: Ricas em gorduras insaturadas e poli-insaturadas auxiliam no controle de colesterol e prevenção de doenças crônicas como a hipertensão. Possuem vitamina E, que combate o excesso de radicais livres, e zinco que, juntos, auxiliam o aumento da imunidade. E ainda são fontes de vitaminas do complexo B;
Frutas: Laranja, kiwi, acerola, morango, caju e a goiaba são frutas ricas em vitamina C e antioxidantes que auxiliam no aumento da imunidade;
Vegetais: Principalmente os verdes escuros como brócolis, couve, rúcula e espinafre são boas fontes de vitamina B9 (ácido fólico), B6 e B12 que possuem um papel regulatório no metabolismo das células imunes, auxiliando na formação de nossas células de defesa;
Ovos: Possuem vitamina A, D e E, além de vitaminas do complexo B e de zinco, selênio e ferro. São um excelente alimento antioxidante e ajudam na prevenção de doenças crônicas. Por também ser fonte de proteínas e muito versátil nas preparações, facilmente pode ser incluído em um cardápio saudável, com objetivo de melhorar a nutrição do idoso.
Fonte: Igor Oliveira, nutricionista
FRUTAS
Todas as frutas podem ser consumidas, exceto se o idoso possuir alguma restrição específica, a exemplo de paciente que já foi acometido com diverticulite. Neste caso, o ideal seria evitar frutas com sementes. Sem esquecer das preferências alimentares de cada indivíduo.
Em geral, as frutas são excelentes fontes de fibras, auxiliando no controle de colesterol, glicemia e mantendo a funcionalidade do intestino regular. Além disto, são ótimas fontes de substâncias antioxidantes que ajudam na prevenção de doenças como câncer, diabetes, hipertensão e a própria obesidade.
Segundo a própria Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de 3 a 5 porções de frutas por dia seria suficiente para a maioria das pessoas. Para idosos, o recomendado é haver uma avaliação nutricional para que as necessidades e sugestões de escolhas sejam realizadas.
Fonte: diariodonordeste
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